domingo, 8 de maio de 2011

O Vôo da Fênix

Um filme bom. Que não decepciona no domingo à tarde. Traz como um dos atores um Hugh Laurie num estilo House mais suavizado, sem tanta genialidade, mas ainda de mau humor. Isso foi um comentário sobre o filme que leva o nome deste post.

Mas ao que interessa: a nossa fênix. Para quem desconheça, é uma ave mitológica que tem a fama de morrer incinerada e ressurgir das cinzas para uma vida nova. No contexto que eu pretendo alcançar, trata-se mais do Brasil que das minhas postagens intermitentes. Mais precisamente da sociedade brasileira. Hoje em dia quase todo mundo tem carro, tem casa, tem filho, tem prestação pra pagar até os 200 anos. Todo mundo feliz. O trabalhismo não existe mais, já que dois presidentes que defendiam a causa foram eleitos consecutivamente. Somos a oitava potência mundial. Temos uma Copa e as Olimpíadas ainda por vir (se o mundo não se for ano que vem). Repetindo: todo mundo feliz. Nessa tocada esse mundaréu de pessoas felizes esquecem de um pequeno detalhe: há menos de 30 anos passávamos por uma ditadura sádica e militarizada. Há 20 anos os comediantes ganhavam o pão de cada dia tirando sarro da impiedosa inflação que impedia grande parte da população de comprar o seu. Que foi? Já esqueceram? Então de onde vem o costume de ir ao mercado logo que recebem o salário, mais rápidos que o Usain Bolt? Esqueceram quem ele é também? Puxa! Antes de nos tornarmos um país a ter seu exemplo seguido. antes de nos considerarmos uma nação, devemos encerrar essa cultura de menosprezo à memória. Doutor em Filosofia na USP, Vladimir Safatle compôs um texto com maestria sobre o tema em uma coluna para a Folha. Quem quiser lê-lo segue o link do texto na íntrega: http://sergyovitro.blogspot.com/2011/05/vladimir-safatle-insultos-memoria.html

É bom que façamos algo, ou então Ninguém segura esse rojão! Esqueceram de onde essa frase vem? Então é melhor consultarem um psiquiatra rapidamente...